sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fui ver A Árvore da Vida...

 ...é tive essa coragem... posso dizer que sai do filme assim: gostei? Não gostei?Entendi? Não entendi nada?
Bom acho que era a sensação da maioria... se vc vai pensando que irá assistir um filme normal com começo, meio e fim esqueça. Não é só o final que vale interpretações o filme todo é para filosofar... a sensação é a mesma que ir a uma esposição de arte moderna, vc ve os quadros, os rabiscos, acha que tem algo bonito, fica impressionado mas não entendeu nada do que o artista quis passar...
Minha interpretação do filme ( atenção para os spoilers, pare de ler aqui se ainda quer ver o filme ):

Eu não assisti aos outros filmes do Mallick mas minha impressão é que ele gosta de provocar, é formado em Filosofia por Harvard e lecionou essa matéria no MIT ( Instituto de Tecnologia de Massachussets ).
Nem caberia aqui uma sinopse, pois não há como resumir em uma história linear.

Veja, na Bíblia A arvore da vida é a arvore do bem e do mal e durante o filme, o personagem Jack vivido por Sean Penn adulto e pelo excelente Hunter McCracken menino, flerta o tempo todo com bem e mal, ao se ver livre do pai ( Brad Pitt ), que é ao mesmo tempo tirano e incoerente, ele acaba por não seguir um caminho adverso mas sim, por se parecer mais ainda com o pai, ao ter liberdade ele passa a infringir as regras, a desafiar para logo depois se culpar. E a culpa permeia toda sua vida.  
A árvore da vida é o próprio Big Bang, e a família de Jack é o microcosmos onde tudo se passa, a mãe carinhosa, religiosa, traduz a graça, a espirtualidade e o pai viceral, rígido na educação dos filhos é a natureza, a força.
Jack ocila entre os dois e mesmo adulto, parece distante do mundo à sua volta, centrado nas dores do seu passado e ao final, ao vislumbrar numa praia seu irmão falecido ainda jovem, os pais... dá a entender um conceito religioso, quase uma cena de filme do Chico Xavier mas não é isso, talvez fosse melhor chamar Freud, a psicanálise explica.
É o grande momento de redenção dele com seu passado, com o irmão que judiou na infância, com o pai que muitas vezes odiou e a mãe a quem não deu a devida atenção.
Muitos momentos achei que o pai, era ao mesmo tempo uma representação de Deus, que ama, agride e maltratada pra logo depois abraçar e exigir que se diga que O ama. É Deus punindo e agradando ao mesmo tempo tornando difícil de O entender ou amar.
O que gostei mais: das cenas dos irmãos, a agonia de odiar aquele pai, me impressionaram muito, a ponto de sonhar com eles. As tomadas de Mallick conseguiram extrair dos meninos toda a dor, dúvida, alegria, senti vontade de abraçá-los muitas vezes acolhe-los e tira-los dali. E da fotografia, impecável cheguei a pensar se não estava vendo um episódio do National Geografic sobre o início do universo e da vida...rs, também a trilha sonora maravilhosa que te fazem ao menos ter bons momentos de viagem...

Pode-se cometer o engano de achar que se trata de um filme religioso mas A Árvore da Vida é pura filosofia e arte. Com certeza vc não sairá indiferente dele.


6 comentários:

  1. Wows, cinemão cabeça.

    É bom fazer um esquenta com alguma coisa tipo DAVID LYNCH?

    ;-P

    Jopz

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  2. Acho que vale um esquenta...rsrs
    filme chapacabeça...rs

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  3. Acho que vale um esquenta e uma requentada com filme comédia romântica hehehe

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  4. é Elis tem que assistir uma antes e outra depois para não entrar em depre... se bem que a gente riu muito na sessão exclusiva do filme...rs

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  5. Fomos de VIPs, ainda bem não sei se pagaria não...rs

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