quinta-feira, 29 de março de 2012

Feliz Aniversário Curitiba

Oscilando entre os que a amam e a odeiam, Curitiba comemora 319 anos.
Vejo na cidade um momento de transição, entre: viro cidade grande, metrópole
ou continuo como cidade pequena, província? Acho que Curitiba não tem que
escolher, tem que ser as duas pois de outra forma perderá sua identidade.
Ser uma cidade grande, com uma diversidade de coisas para se fazer, pulsante,
apressadamas com condições de parar de vez em quando e se admirar, ver o
tempo passarnum charmoso banco de praça, bater papo no calçadão, andar
de bicicleta...
Curitiba, Feliz Aniversário preserve o espírito de vanguarda combinado com
tradição que tanto a fez famosa.

Filmes para comemorar Curitiba:

Belarmino e Gabriela - Geraldo Pioli
principal
O Preço da Paz - de Paulo Moreli
principal

Curitba Zero Grau - Elói Pires Ferreira
Divulgação / Jackson Antunes faz o papel de um motorista de ônibus em Curitiba Zero Grau, de Elói Pires Ferreira

Estomago - Marcos Jorge


Mais alguma dica de filme?

domingo, 25 de março de 2012

Filmes do findi

Tive a pretensão de assistir a 4 (quatro) dvds no final-de-semana, mas acabei mesmo assistindo por inteiro só dois.
Vamos primeiro aos descartados:

A Tempestade ( The Tempest - adaptação da obra de Shakespeare por Julie Taymor) com Helen Mirren, Russel Brand, Chris Cooper, Alfred Molina, e outros. Não descartei o filme por ser ruim, claro que tem uma linguagem difícil, mas não estava realmente com a devida paciência e atenção, vale só para deixar rolar na TV pois as imagens são muito caprichadas e somente Shakespeare para dar a Helen Mirren um papel que a mereça (chega de comédinhas e aventuras para arrecadar dinheiro né Helen).
 

Amanhecer, primeira parte (Twilight Saga - Breaking Dawn)
Sim, sim eu fui conferir a sequência do lobinho, o vampirinho e a mocinha...
na verdade queria conferir as cenas gravadas no Brasil, um Brasil para
americano ver é claro, ainda assim é legal ver o destaque, não cheguei ao final,
que eu até sei qual é pois li os livros (caiam duros queridos),
sei que esse final fica no ar porque tem a parte dois, prevista para este ano.
Não é um filme ruim...é péssimo...rs, não consegui terminar, ao contrario
dos anteriores que eu até vi com curiosidade este é somente para adorosas
fãs do lobinho e do vampirinho, porque não deu para assistir.
twilight saga
E, se te interessar saber mais, as cenas da ilha de Esme foram gravadas em
Paraty no RJ e pela bagatela de US$ 4mil por noite vc pode ficar no quarto onde
Bella e o Edward consumaram seu casamento, é só clicar aqui em casa para alugar
e reservar.

Agora os filmes que cheguei até o The end:

Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid Love)
Com Steve Carrell, Julianne Moore, Ryan Gosling, Emma Stone, entre outros,
é uma comédia romântica para... homens, bem fofa por sinal,
Cal (Steve Carrell) se ve separado da mulher com quem vive há 25 anos e,
de volta aos bares de solteiros reaprende a arte da conquista com o expert
Jacob (o ótimo Ryan Gosling) se tornando um canalha perfeito, até perceber
que ama mesmo a ex-mulher e começar a querer reconquistá-la.
A comédia tem vários clichês mas são bem recebidos, diverte
sem comprometer e até consegue  te fazer refletir sobre: amores,
separações, crises de meia-idade, crises de adolescência, crises de ser
homem num mundo moderno.
Recomendo.



E ainda tem essa sequencia imperdível com o Ryan Gosling, garotas! aplaudam!
CUIDADO CONTÉM SPOILER:


O outro filme do findi que cheguei até o final é o depressivo:
Inverno da Alma (Winter's Bone)
Definido por alguns como "country noir", o filme é bom mas pode-se
dizer que é um filme feito para papos cabeça... todo o tempo eu pensava,
não quero morar nesse lugar de jeito nenhum e ao mesmo tempo serve
para ver como a vida no grande Estados Unidos longe dos centros como
Los Angeles e Nova York pode ser um horror, muita gente feia e uma
vidinha miserável. Jennifer Lawrence foi indicada ao Oscar por sua atuação
que é sem dúvida convincente mas ver esse filme em um domingo à tarde,
nublado é bem deprê. Ela sai em busca do pai, um traficante desaparecido,
para salvar a propriedade da família, dada como fiança e de quebra tem que
enfrentar a própria família que não quer que ela o encontre.
É claro que o filme é um retrato montado do interior do Missouri e traz
coadjuvantes à altura de qualquer buraco perdido no mundo, mostra uma
decadência proposital, cheio de completos "loosers" bem longe do sonho.
É um filme de e para festival e vale a pena conferir.

 

 

domingo, 4 de março de 2012

Sobre empregadas, amigas e mães...

Histórias Cruzadas (The Help)
Elenco: Emma Stone, Bryce Dallas Howard, Mike Vogel, Allison Janney, Viola Davis,
Ahna O'Reilly, Octavia Spencer, Jessica Chastain, Anna Camp, Eleanor Henry,
Emma Henry, Chris Lowell

Fui ver Histórias Cruzadas "The Help" e não preciso dizer que o filme é bom,
as atuações são ótimas, pois tudo isso já foi dito, já teve até Oscar de melhor
coadjuvante para Octavia Spencer, sem dúvida merecido. O que achei
muito fofo do filme, é ser uma história muito feminina, estou gostando de ver
cada vez mais as histórias contadas pelo lado das mulheres, porque os
homens saem pelo mundo fazendo guerras, mas não tem idéia das
guerras que travamos todos os dias, com as amigas, a mãe, a empregada...

Durante todo o filme me identifiquei muito com as empregadas domésticas
negras, não com as patroas pois lá em casa nunca tivemos empregadas e me
identifiquei de um jeito muito especial, minha mãe foi empregada antes de se
casar, minha tia e também minha avó anos antes. Elas eram brancas, na
verdade, polacas de colônia, tendo que aos 12, 13 anos de idade se mudar para
a casa de alguma "patroa" também branca obviamente, trabalhar como doméstica
ou como babá. Muitas das humilhações, maus tratos que as "maids" do filme
passaram, eu ouvi histórias da minha mãe, da minha avó... com certeza o conflito
que aquelas mulheres negras enfretaram nos Estados Unidos na década de 50 foi
muito maior, mas talvez lá, hoje, as empregadas domésticas negras ou brancas ou
mais comumente latinas, tem direitos reconhecidos e aqui?

Costumamos ver isso como algo que aconteceu no sul dos EUA e separamos
do que acontece aqui no Brasil. Eu estava lá sentada, na sala de cinema de
um shopping chic de Curitiba, vendo a sala lotada de senhoras muito distintas
da alta sociedade curitibana, todas brancas, com roupas caras e cabelos escovados,
e fiquei pensando... como será que essas senhoras tratam suas domésticas/diaristas? 
Será que o filme refletiu em suas atitudes, será que elas se viram como a personagem
Hilly? Acho que não, com certeza não se veem assim e espero realmente que sejam
diferente.

Hoje o preconceito tem outras nuances, não é mais só de cor (porque este ainda existe)
e nem só de classe, vamos dizer que hoje as empregadas estão mais espertas,
elas sabem seus direitos, nós temos medo das domésticas porque hoje elas podem ter filhos traficantes, não é assim que pensamos? Quem realmente são essas pessoas que
trabalham nas nossas casas, escritórios, escola? Onde muitas vezes nem sabemos
o nome, ah! é a tia da limpeza.

Por mais democrático que nosso país seja, ele ainda não conseguiu se livrar do ranço
da escravidão, ainda pagamos mal, tratamos as pessoas de classes inferiores como...
inferiores... Outro dia conversando com uma amiga comentamos como distintos são
os pisos dos shoppings, não é só shopping de pobre e shopping de rico, os pisos
separam classes, sendo geralmente o último para as lojas mais caras e onde menos
"pobres" vemos. E há shoppings como este que costumo ir ao cinema (porque é
mais tranquilo, passa filmes cult e a frequencia é de gente mais adulta), mas é
distintamente um shopping de elite. E lá eu me sentia hoje mais apartada que nunca
daquelas pessoas tão chics e eu tão simples. E elas me olhavam, não com curiosidade,
mais com certo desconforto talvez, de eu estar invadindo a sala de estar (ou usando o
banheiro da casa)... ou talvez seja eu, não me identificocom a sala de estar, eu gosto
mesmo é de sentar na cozinha, que é onde o melhor acontece...eu estava lá no cinema,
como a filha da empregada que tenho orgulho de ser.

O filme ainda abre uma outra discussão... as amigas... como é comum aquele
grupinho de amigas em que uma é o norte, que dita a roupa certa, o cabelo
certo, o marido certo... é só olhar em volta, ou olhar as suas amigas pra ver
se você não faz parte de um grupinho desses. Vi um convite de formatura
outro dia e fiquei triste, tantas mulheres se formando na faculdade, uma coisa
tão legal, mas todas, to-das saíram iguaizinhas nas fotos, o mesmo cabelo,
o mesmo sorriso... é a moda dizem, mas é a moda que vejo aqui, no sul do
hemisfério sul. Acho que não me enquadro, nunca tive o cabelo certo e muitas
vezes me recuso a sorrir... sou uma curitibana perdida mesmo...